Doenças

Defeito do Septo
Atrioventricular Forma Total 

Defeito do septo atrioventricular (DSAV)

Os defeitos do septo atrioventricular são anormalidades na formação da porção central do coração. Enquanto no coração normal essa porção central forma:

  1.  a parte inferior do septo interatrial (ou “ parede”) que divide os átrios (que são as câmaras superiores do coração)
  2. a parte superior do septo interventricular (ou “ parede”) que divide os ventrículos (as câmaras inferiores do coração)
  3. A sustentação em volta das duas valvas (que funcionam como portas) entre os átrios e os ventrículos, essa sustentação é chamada de junção.

Nos defeitos do septo atrioventricular (DSAV) a deficiência na formação dessas estruturas resulta em uma combinação de defeitos, sendo os mais comuns, chamados de: DSAV forma parcial e  DSAV forma total. 

60% dos DSAV ocorrem em pacientes com síndrome de Down (sendo o DSAV forma total o mais comum).

Defeito do Septo Atrioventricular Forma Total 

Na forma total, temos um buraquinho na parte inferior do septo interatrial (seta amarela), que é a parede que divide os átrios (as câmaras superiores do coração), um buraquinho na parte superior do septo interventricular (seta verde), que é a parede que divide os ventrículos (as câmaras inferiores do coração) e, uma valva atrioventricular única (setas pretas), na posição das valvas mitral e tricúspide do coração normal.  AD= átrio direito, AE = átrio esquerdo, VD = ventrículo direito, VE = ventrículo esquerdo. Volte à aba Coração normal nas crianças maiores e adultos para entender a divisão do coração em câmaras e o trajeto do sangue no seu interior e nas principais artérias e veias de nosso corpo.

O bebê (após dias a semanas de seu nascimento) pode apresentar cianose (língua, lábios e ponta dos dedos roxinhas pela menor oxigenação do sangue, cansaço para respirar (principalmente às mamadas), baixo ganho de peso, além do sopro, que é um barulhinho diferente entre as batidas do coração, ouvido pelo médico (usando o estetoscópio ao examinar a criança).

Quando os sinais de insuficiência cardíaca se instalam (principalmente cansaço às mamadas), iniciamos algumas medicações que ajudam o bebê a respirar com menos esforço permitindo que ganhe peso para a correção do defeito, que é através de cirurgia, geralmente realizada até 4 a 5 meses de idade. O cirurgião fecha os buraquinhos com o uso de um ou dois retalhos e divide a valva em componentes direito e esquerdo, fazendo uma plastia para que funcione bem, ou seja: abra, deixando o sangue passar sem dificuldade, e depois se feche, evitando que o sangue volte para os átrios. 

Esses pacientes devem ser acompanhados por um cardiologista ao longo de suas vidas. As valvas que separam as câmaras superiores das inferiores podem apresentar disfunções (principalmente a valva do lado esquerdo ou “mitral”, que pode ter redução de sua abertura, que chamamos de estenose ou mais comumente, não se fechar adequadamente causando regurgitação do sangue, que é o retorno do sangue para as câmaras superiores do coração, os átrios). Alguns pacientes (cerca de 10%) podem também apresentar estreitamentos na via de saída principal do coração (do ventrículo esquerdo para a aorta), podendo ser necessária a ampliação dessa via de saída em alguns casos.