Ecocardiograma

Ecocardiograma Fetal

 

Ecocardiograma Fetal

O ecocardiograma fetal é uma ultrassonografia bem específica do coração do bebê.

Habitualmente é realizado por um cardiologista pediátrico que, além de obter as imagens adequadas e dar o diagnóstico, será capaz de orientar a família quanto à necessidade de tratamento e  prognóstico. 

O exame é realizado em geral, de 18 a 28 semanas (se for exame de rotina, principalmente de 24 a 28 semanas) mas sempre que houver alguma anormalidade suspeita, ou necessidade de acompanhamento específico (translucência nucal alterada, filho anterior com cardiopatia congênita…), iniciamos o seguimento mais precocemente (com cerca de 11 a 14 semanas) e, diante do surgimento mais tardio de alguma alteração (como arritmias ou outros achados na ultrassonografia) podemos fazer o eco fetal até com o bebê já a termo. Mas atenção: se o exame é rotineiro, marque entre 24 a 28 semanas, que é o período em que adquirimos as melhores imagens. Quanto mais novinho, precisamos ampliar muito a imagem para ver os detalhes e com isso perdemos um pouco a nitidez e, em contrapartida, próximo do termo, a pele do bebê já é mais grossa, os ossos fazem mais sombra, dificultando a análise do coração fetal. 

    Através do ecocardiograma fetal podemos avaliar toda a anatomia do coração do bebê, o ritmo cardíaco e a frequência dos batimentos. Volte à aba Coração normal na circulação do feto (o bebê na barriga da mãe) para entender a divisão do coração em quatro câmaras (os átrios direito e esquerdo em cima e os ventrículos direito e esquerdo em baixo) e suas conexões. Verificamos as veias que chegam nos átrios, as artérias que saem dos ventrículos, o tamanho de todas essas estruturas, as quatro valvas do coração (que funcionam como portas, abrindo para o sangue passar e depois fechando, evitando o retorno de sangue), avaliamos a força da musculatura dos ventrículos (as câmaras inferiores do coração são responsáveis por bombear o sangue, do lado direito para a circulação do pulmão e, do lado esquerdo para a circulação do corpo). Verificamos ainda a presença de uma comunicação entre os átrios (o forame oval), que deve estar presente na vida fetal, a presença e tamanho do canal arterial (uma comunicação entre a aorta e artéria pulmonar do feto, que não deve apresentar obstrução ao fluxo de sangue) e o fluxo no ducto venoso. A posição dos órgãos e vasos abdominais também é checada pois pode haver anomalias de situs associadas às cardiopatias, podendo acontecer anomalias de outros órgãos nessa situação , agravando o prognóstico da cardiopatia associada.

    Abaixo, cito as principais indicações do ecocardiograma fetal, que deve ser realizado sempre que o seu obstetra julgar necessário:

    • Suspeita de anomalia cardíaca na ultrassonografia de rotina;
    • Defeito cardíaco congênito em um parente de 1o grau (pai, mãe ou irmão do bebê);
    • Anormalidades fora do coração do feto detectadas na ultrassonografia de rotina como a presença de líquido em volta dos pulmões (líquido pleural) ou na barriga (ascite) ou anomalia em outro órgão do feto (intestino, rins cérebro, pulmões), cordão umbilical com dois vasos (o normal é a presença de três vasos, sendo duas artérias e uma veia)…;
    • Doenças familiares que sabemos ser genéticas (ou seja, passadas de uma geração a outra), como síndrome de Marfan, Esclerose tuberosa, Noonan…;
    • Feto com diagnóstico de anomalia genética (síndrome de Down por exemplo), amniocentese alterada; 
    • Uso pela gestante de medicação ou droga que sabemos causar defeitos cardíacos congênitos como os retinóides sistêmicos (usados para tratamento de acne), lítio, anticonvulsivantes, álcool… 
    • Doenças maternas como diabetes, fenilcetonúria, doenças autoimunes como o Lúpus, Artrite reumatóide juvenil;
    • Infecções maternas específicas durante a gravidez (Rubéola, CMV, Toxoplasmose, Coxsackie…)
    • Alterações do ritmo cardíaco ou da frequência cardíaca (batimentos irregulares ou frequência cardíaca muito baixa ou muito alta).
    • Polidrâmnio (excesso de líquido amniótico) ou oligoidrâmnio (pouco líquido amniótico)

    dicas para o dia do eco Fetal

    • traga sua pastinha com todos os exames anteriores do bebê.
    • Saiba sua idade gestacional! É importante que você siga a orientação do seu obstetra nessa contagem: algumas vezes levamos em conta a data da última menstruação, outras vezes consideramos a idade gestacional na ultrassonografia do primeiro trimestre (uma daquelas primeiras ultrassonografias realizadas).
    • Parece óbvio, mas vale reforçar! Não se esqueça do pedido médico, da carteirinha do convênio e de um documento de identidade original com foto.
    • Quando marcar seu exame, anote direitinho as orientações do(a) atendente da clínica: alguns convênios exigem autorização prévia do exame, certos convênios podem aceitar ou não cópia digitalizada do pedido…