Doenças

Canal Arterial
Persistente

 

Canal arterial persistente
(PCA = persistência do canal arterial)

Essa seção trata do canal arterial isolado (sem outras cardiopatias associadas) nas crianças que nasceram a termo (de nove meses). 

O canal arterial ou ducto arterial é um vaso sanguíneo necessário à circulação do feto dentro do útero materno. Ele conecta a artéria pulmonar à aorta. 

Volte à aba Coração normal na circulação do feto (o bebê na barriga da mãe) para entender a importância do canal arterial na circulação do feto.

Volte à aba Coração normal na circulação de transição (o bebê recém-nascido) – forame oval e canal arterial para entender esse processo de transição.

Após o nascimento, o canal arterial se fecha dentro de horas, às vezes dias ou até semanas. 

Quando o canal arterial persiste além do período neonatal, dependendo do seu tamanho, poderá causar sintomas. O médico, ao examinar o paciente, poderá escutar um sopro, que é um barulhinho diferente entre as batidas do coração. Alguns canais podem ser tão pequenos que nem chegam a causar um sopro (esses canais “silenciosos”, que são achados ocasionalmente ao Ecocardiograma, em geral não requerem tratamento). Se o canal arterial é pequeno, a criança não terá nenhum sintoma, mas se for médio ou grande poderá resultar em insuficiência cardíaca por excesso de sangue nas artérias pulmonares e pulmão (o sangue já oxigenado que deveria ir para o corpo pela aorta volta pelo canal arterial ao pulmão pelas artérias pulmonares direita e esquerda. AD = átrio direito, AE = átrio esquerdo, VD = ventrículo direito, VE = ventrículo esquerdo, AP = artéria pulmonar, APD = artéria pulmonar direita, APE = artéria pulmonar esquerda e AO= aorta. 

Se há sobrecarga ao coração, o tratamento é indicado, e poderá ser:

– Por via percutânea: através do cateterismo, quando um cateter, que é um tubinho longo, é introduzido através de uma veia e/ou artéria até o coração e lá é liberado um dispositivo que é uma peça, que fecha (oclui) o canal arterial. Existem vários tipos de dispositivos com esta finalidade (Piccolo, coil, Amplatzer, ADO II…). O hemodinamicista (que é o médico especialista nesses procedimentos) escolhe o tipo mais adequado de acordo com o tamanho e formato do canal arterial a ser ocluído, bem como o tamanho da criança. A figura ao lado mostra o dispositivo já bem posicionado dentro do canal arterial e o cateter, que foi utilizado para posicioná-lo, já sendo retirado do corpo do paciente.

– Por cirurgia, através de um corte nas costas (toracotomia lateral esquerda) quando o cirurgião amarra as extremidades do canal arterial e corta no meio ou coloca um ou mais clipes de titânio, que fecham o canal.